No nosso último encontro prometi falar sobre Recorte. Como missão dada, é missão cumprida, abordaremos agora esse importante processo que, a bem da verdade, se parece com o adotado em Como fechar um arquivo com cores especiais porém requer outros pontos de atenção. Trata-se de um equívoco pensar que se limita à aplicação do contorno, fechamento do PDF, exportação para o VersaWorks e envio para impressora. A história não é assim ou, pelo menos, não só isso.
As impressoras solventes da Roland DG com recorte integrado das linhas VersaUV LEC2-330/640 e TrueVIS, bem como o dispositivo de mesa VersaSTUDIO BN-20A demandam alguns critérios de configuração do arquivo. Um deles está voltado para o número de nós, que são pontos de intersecção de uma linha para outra. Quanto maior a quantidade, mais lenta torna-se a faca. A solução é reduzi-los no programa nativo - CorelDraw ou Illustrator - de maneira automática ou manualmente, fica a critério do operador, mas com a devida precaução para não alterar as características principais da forma.
Já na renderização VersaWorks é preciso ficar de olho na velocidade (até 30 cm/s), força (até 600 gf) e deslocamento da lâmina (angulação da ponta) que vão variar conforme a matéria-prima utilizada. Uma força muito grande com a velocidade excessiva pode quebrar a ponta da lâmina ou danificar o telfon, localizado na base da impressora. Para trabalhar tranquilamente, cabe fazer um teste prévio antes de inciar o corte e, aí sim, definir e depois aplicar tais valores no VersaWorks.
No software, a aba “posiconamento” oferece ainda a possibilidade de se adotar processos separados de impressão e recorte. Recurso empregado na produção de grandes volumes e em trabalhos de laminação, que demandam tirar o material para efetuar as aplicações e depois retorná-lo à máquina. Mas como o equipamento vai interpretar que o corte deve passar em determinado lugar se perdi a referência quando retirei o substrato da impressora? É perfeitamente viável e simples fazer isso aplicando durante a montagem as barras de identificação para a impressora ou plotter compreender com exatidão onde estão as marcas de recorte.
Outra dica, é fazer uma montagem para que o corte não ultrapasse 1,20m de comprimento de bobina. Porque, do contrário, acima dessa medida, principalmente no caso de materiais à base de plástico, podem ocorrer deformações como dilatação o que viria a prejudicar a impressão e o resultado final.
Diante de todo esse cenário de que todo cuidado é pouco, resumidamente, vale seguir os seguintes passos:
· Receber o arquivo do designer gráfico com informações de onde o cliente deseja incluir os efeitos especiais e/ou recorte;
· Eliminar os nós desnecessários (de maneira automática ou manual)
· Otimizar a faca deixando o contorno em CutCountor;
· Fechar o programa nativo – que pode ser CorelDraw ou Illustrator - em PDF, compactando todas as informações em um único arquivo;
· Encaminhar o PDF para o gerenciador de processos Versaworks;
· Abrir o software de renderização VersaWorks;
· Transportar o arquivo de impressão e recorte para a impressora;
· Fazer teste para definir força, velocidade e deslocamento de lâmina adequados;
· Programar o equipamento no VersaWorks com base no teste realizado.
Como se vê, o processo do corte precisa ser encarado com um carinho à parte porque demanda configurações bem específicas. Às vezes você tem a melhor impressora, imprimiu um material com a alta qualidade, porém, se o arquivo não foi configurado corretamente, corre o risco de colocar tudo a perder. E é óbvio que ninguém deseja que isso ocorra. Então, vamos seguir essas sugestões para seu trabalho ganhar mais um diferencial, combinado?